Você já ouviu falar sobre as Leis de Cura de Hering? Essa forma de compreender o processo de adoecimento e cura é bastante desconhecida entre os médicos convencionais e grande parte das pessoas, mas é uma excelente forma de entender o processo de cura – além de indicar ao médico e ao seu paciente que a cura está ocorrendo.
As Leis de Cura foram postuladas pelo Dr. Constantine Hering. Inicialmente convencido de que a homeopatia era um absurdo, Hering decidiu contestá-la. Mas ele rapidamente descobriu que não podia. Então, ficou completamente convencido quando a homeopatia salvou seu dedo gangrenado, onde a medicina convencional falhou.
A partir disso, ele se tornou uma das principais luzes no desenvolvimento da prática e da filosofia da homeopatia. E é a ele que devemos a descoberta do que agora chamamos de “Leis de Cura de Hering”.
Por meio de observações aguçadas em sua prática e pesquisa durante o início até meados de 1800, ele descobriu um padrão do processo de cura. E é exatamente isso que vamos entender neste artigo!
O que são as Leis de Cura de Hering?
O Dr. Hering observou que o corpo deseja externalizar a doença e que os sintomas aparecerão como parte do processo de cura. Quando a doença está presente e o corpo tem a oportunidade de se curar, os sintomas de uma pessoa aparecem e desaparecem na ordem inversa de seu aparecimento no corpo. Isso significa que um paciente pode apresentar sintomas antigos durante o processo de cura. Além disso, o Dr. Hering também observou que o corpo se cura de cima para baixo, e de órgãos mais vitais para órgãos menos vitais, de dentro para fora.
Foi com base nessas observações que surgiram as Leis de Cura de Hering:
1. Os sintomas desaparecem na ordem inversa à qual apareceram
A cura progride em uma ordem definida, indo em ordem cronológica inversa: das doenças mais recentes às mais antigas.
Por exemplo: um paciente que teve eczema, depois asma, deve esperar que a asma desapareça primeiro, depois o eczema.
No processo de recuperação, um paciente pode experimentar novamente em um nível mais suave sintomas anteriores. Eles devem passar com menos intensidade e mais rapidamente do que quando ocorreram pela primeira vez.
2. A cura ocorre de cima para baixo
O alívio é sentido na parte superior do corpo antes da parte inferior. Por exemplo, o eczema que estava no rosto pode mudar de localização e ir para as mãos ou pelos pés.
3. A cura ocorre de dentro para fora, dos órgãos mais importantes para os menos importantes
A cura parte de órgãos vitais, como fígado ou pulmões, para depois chegar na pele e extremidades.
Ou seja, a pele, como o órgão menos importante, muitas vezes será o último a cicatrizar. Ou, se a pele não foi afetada em primeiro lugar, então frequentemente erupções aparecem na pele como um sinal de que a cura atingiu o estágio final.
Esse processo pode ser denominado como exoneração, ou seja, o corpo está colocando para fora aquilo que foi suprimido um dia através de tratamentos que não resolveram a desarmonia da energia vital, mas apenas suprimiram-na.
Compreendendo melhor as Leis de Cura de Hering
Samuel Hahnemann, conhecido como o pai da homeopatia, partiu do princípio de que o objetivo de qualquer medicamento é a cura de doenças. Esta é a verdadeira arte de curar.
“A perfeição de uma cura consiste em restaurar a saúde de maneira rápida, branda e permanente: em remover e aniquilar as doenças pelos meios mais curtos, seguros e certos, sobre princípios que são ao mesmo tempo claros e inteligíveis”
É importante diferenciarmos curar a doença de suprimir certos sintomas. Esta discriminação é de capital importância, sobre a qual devemos insistir muito especialmente, pois as pessoas costumam chamar de “cura” o desaparecimento de certos sintomas ou síndromes, manifestações externas de doenças – como constipação, erupções, leucorréia, hemorróidas, etc.
O paciente apela à intervenção do médico por sintomas que considera especialmente desagradáveis, que o fazem sofrer no seu conforto ou na sua vaidade. Porém, ele não sabe o que distingue a paliação de uma cura genuína, e não tem ideia de que tal manifestação externa é apenas um dos sintomas de uma enfermidade mais profunda, uma das partes, muitas vezes a menos importante, do problema geral. E o médico, sempre com pressa e ansioso por manter o paciente como cliente, é muitas vezes tentado, infelizmente, a tomar o caminho fácil mas perigoso da paliação, da supressão dos sintomas externos ou da dor.
As dores, mudanças ou sofrimentos que ocorrem na superfície do corpo, não provenientes de qualquer violência externa, devem sua origem a um afeto interno. É, portanto, igualmente delicado e perigoso considerar essas doenças como sintomas puramente locais, e tratá-las exclusivamente, ou quase isso, por aplicações tópicas, como se fossem casos cirúrgicos.
Ou seja, uma doença externa (que não foi ocasionada por uma violência externa) não pode surgir, continuar, ou muito menos piorar, sem alguma causa interna, a cooperação de todo o sistema.
Por trás de todas as afecções locais, mesmo as mais insignificantes, está escondida uma alteração interna, um ataque ao estado geral, uma queda das resistências vitais, que realmente constituem a essência da doença. A doença, portanto, é sempre geral, afeta o indivíduo como um todo, físico e psíquico, e não é possível falar em cura a menos que a ordem perturbada seja completamente restaurada em todo o indivíduo e a menos que os sintomas tenham desaparecido por completo.
Então, se a doença afeta primeiro o interior do indivíduo, não seus tecidos e órgãos externos, é óbvio que é o interior que primeiro deve ser posto em ordem, e o exterior depois. A cura deve então prosseguir de dentro para fora:
- De cima para baixo
- De dentro para fora
- Dos órgãos mais importantes aos menores
- Da cabeça às mãos e pés
Leis de Cura de Hering na prática
Infelizmente, a Lei da Cura de Hering não é usada hoje na medicina ortodoxa. A medicina ortodoxa geralmente acredita que, como os sintomas são suprimidos, o problema é curado. Ou, então, com a remoção do órgão que não está funcionando corretamente, o problema pode ser curado.
Porém, quando bem utilizadas, as Leis de Cura são muito preciosas para o médico; são sua bússola e leme na luta contra as doenças. Elas mostram claramente de que maneira a enfermidade evolui. Se os sintomas se desenvolverem na direção indicada pelas leis, o paciente ficará curado e os sintomas desaparecerão de forma definitiva. Por outro lado, quando os sintomas tomam direção oposta, o remédio pode estar servindo apenas como paliativo e os sintomas podem voltar.
Dentro das Leis de Cura de Hering, o estágio mais crônico de enfermidade são as doenças degenerativas, como o câncer, doenças autoimunes, entre outras, e, o estágio mais alto e interno é a mente. Talvez um dos fatores causais que a nossa sociedade hoje tenha muitos problemas de saúde mental e muitos casos de câncer, esteja em uma medicina altamente supressiva que é praticada nos dias atuais.
Você já conhecia as Leis de Cura de Hering? Ficou com alguma dúvida sobre essa filosofia que guia o processo de cura? Deixe o seu comentário ou envie uma mensagem para mim!
Referências:
http://www.homeoint.org/cazalet/schmidt/lawofcure.htm
https://thrivehomeopathy.com/3-laws-cure/
https://www.homeopathyforwomen.org/herings_law_of_cure.htm