Você sabia que a Homeopatia pode exercer um papel fundamental em momentos de epidemias? A atuação da homeopatia em epidemias já possui um grande histórico ao longo dos séculos – e também tem contribuído muito no tratamento da atual pandemia do Coronavírus.
Uma epidemia é caracterizada como uma doença que surge em um lugar e rapidamente acomete grande número de pessoas simultaneamente. Nestas situações, é preciso encontrar formas efetivas de controlar as enfermidades com agilidade e segurança.
Neste artigo vamos compreender como é a atuação da homeopatia em epidemias. Confira logo a seguir!
Como é a atuação da homeopatia em epidemias?
A homeopatia, uma ciência médica criada há 220 anos pelo médico alemão Samuel Hahnemann, contempla a totalidade do ser humano em detrimento de doenças isoladas. Ela age por meio de estímulos energéticos desencadeados por medicamentos homeopáticos com o intuito de restaurar a capacidade reacional do corpo para manter a funcionalidade física e psíquica da pessoa.
A homeopatia vê cada indivíduo como um ser único e visa tratar o doente como um todo, entendendo através dos sintomas a individualização de cada caso. Quando se trata de homeopatia em epidemias, o entendimento é o mesmo: por que, em doenças coletivas, parte da população produz quadros clínicos graves que colocam em risco a vida, enquanto outra parcela não apresenta nenhuma ou pouca manifestação da doença, mesmo quando comprovado laboratorialmente o contágio?
A resposta está na susceptibilidade de cada pessoa. A susceptibilidade é a capacidade que cada organismo tem de reagir aos estímulos, sejam eles provenientes da enfermidade ou da substância curativa. A cura só pode ocorrer quando o organismo é capaz de reagir à enfermidade, da mesma forma que só irá adoecer quando não possuir a reação correta contra o mal que o acomete.
Quando uma população é acometida por uma epidemia, cada pessoa irá reagir de acordo com o seu potencial genético e com a sua susceptibilidade, que só pode ser compreendida ao considerar as influências externas do ambiente em conjunto com as causas internas, sejam elas físicas, psicológicas ou espirituais. Entretanto, existe a susceptibilidade do conjunto de seres humanos que habitam determinado local em determinado momento, e é por isso que diferentes tipos de epidemias surgem em momentos históricos específicos com conjunturas socio-culturais específicas. As dificuldades e desafios de adaptabilidade do ser humano atual não são os mesmos do homem e da mulher do início do século XX, quando houve a epidemia de gripe espanhola, nem dos europeus da idade média que passaram pela peste negra. Por isso que dentro de um contexto de epidemia é possível estabelecer a visão global da que está afetando a susceptibilidade populacional daquele tempo, e então buscar o medicamento homeopático mais apropriado para cobrir a totalidade dos sintomas desta doença através do princípio da similitude.
Acrescenta-se que, segundo Hahnemann, cada epidemia “é um fenômeno de caráter único” que deve ser diferenciado dos surtos anteriores. Hahnemann observou que após se analisar um determinado número de doentes, emerge uma imagem do quadro patológico da doença, que se repete ao longo da população acometida e que constitui o perfil essencial da patologia que a identifica e a torna diagnosticável através de uma “totalidade dos sinais e sintomas característicos”, uma imagem do conjunto que é definido como “gênio epidêmico”, segundo a concepção homeopática.
Em seu Organon da Arte de Curar, Hahnemann diz que “… cada epidemia isolada é de caráter peculiar, uniforme e particular comum a todos os indivíduos afetados e, quando esse caráter se encontra no conjunto característico dos sintomas comuns a todos, aponta-nos o caminho para a descoberta do medicamento homeopático (específico) adequado para todos os casos, o qual, então, é praticamente eficaz em todos os doentes que gozavam de saúde razoável antes da epidemia, isto é, que não sofriam cronicamente de psora desenvolvida”.
Histórico de tratamentos homeopáticos em epidemias
A história da medicina homeopática e das epidemias se cruzam desde 1813 quando Hahnemann, o fundador da homeopatia, enfrentou a epidemia de tifo na Alemanha. Em 1831 alguns locais da Europa foram assolados pela epidemia de Cólera Asiática e Hahnemann fez o levantamento dos medicamentos mais eficazes para tratar esta epidemia. A este grupo de medicamentos ele deu o nome de Gênio Epidêmico, estabelecendo os critérios tanto para suas escolhas como para o uso dos mesmos medicamentos em cada etapa da epidemia, bem como agentes profiláticos.
Nos anos 1800, o cólera invadiu a Europa. Na ocasião, Hahnemann redigiu orientações de tratamento homeopático para a doença, publicando os resultados da aplicação nos seus pacientes: de 1270 doentes tratados, 91,5% foram curados, enquanto apenas 108 vieram a óbito. Entre os doentes tratados por métodos alopáticos, a taxa de mortalidade foi de 50 a 60%, como também foi reportado pelo Hospital Homeopático de Londres, que teve mortalidade de 11,2 entre os pacientes tratados com homeopatia e 54% entre os tratados com alopatia. Os resultados foram tão impressionantes que Viena, cidade em que existia uma proibição de tratamentos com a medicina homeopática, passou a permitir novamente a homeopatia em seu território.
O sucesso encontrado abriu caminho para a aplicação da homeopatia em diversas outras doenças epidêmicas, como a conjuntivite, dengue, ebola, meningites, febre tifóide e hantavirose, entre outros – todos já com a publicação de estudos relevantes quanto aos avanços e resultados dos tratamentos homeopáticos.
Ao longo da história a homeopatia vem sendo utilizada com muito êxito na prevenção e tratamento de doenças epidêmicas – principalmente na redução dos níveis de mortalidade, conforme demonstrado na tabela a seguir:
Como a homeopatia está sendo aplicada na epidemia de Coronavírus?
A atuação da homeopatia em epidemias também se estende à pandemia do Coronavírus. Segundo Dr. Luiz Darcy Gonçalves Siqueira, médico Homeopata e Presidente da AMHB (Associação Médica Homeopática Brasileira), a homeopatia pode prestar seu apoio como coadjuvante a todas as medidas sanitárias propostas pelo Ministério da Saúde.
A homeopatia busca sempre individualizar o tratamento – entregando exatamente o que cada paciente necessita. Portanto, neste momento de pandemia do COVID-19, os grupos de pesquisadores estão trabalhando com as informações de pacientes brasileiros que testaram positivo para COVID-19 – buscando as melhores diretrizes científicas para validar este trabalho e entregar uma proposta efetiva para apoiar todas as medidas já utilizadas.
É importante ressaltar que a medicação homeopática não deve ser confundida com uma vacina e nem substitui qualquer medida de prevenção ao Coronavírus.
Segundo Dr. Ariovaldo Ribeiro Filho, Vice-presidente Sudeste da AMHB, explica que foi criado um comitê especial de investigação de COVID-19 da AMHB para a realização de estudos preliminares sobre os principais sintomas e medicamentos prevalentes na pandemia de COVID-19.
O estudo se pautou na primeira fase clínica da COVID-19, onde foi elaborado o repertório homeopático, além do estudo de matéria médica. Foram avaliados 27 casos de COVID-19, onde mais de 500 sintomas foram observados. Com base nos estudos dos sintomas do COVID-19, foi possível chegar a uma conclusão sobre os medicamentos do gênio epidêmico. Este estudo da AMHB foi um ponto de partida para realização de mais pesquisas científicas e publicações de protocolos clínicos para enfrentamento da pandemia de Coronavírus.
No próximo artigo desta série será exposto um pouco mais sobre a importante atuação da Homeopatia na Covid-19 e também sobre o Coroninum, um medicamento bioterápico homeopático que foi desenvolvido por um grupo de pesquisadores médicos homeopatas do Brasil para o tratamento desta enfermidade.
Você já conhecia a atuação da homeopatia em epidemias? Quer saber mais sobre o uso de medicamentos homeopáticos para tratar os sintomas do Coronavírus? Deixe seu comentário que ficarei muito feliz em tirar suas dúvidas!
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Referências:
Mendes MFR. A aplicação da homeopatia nas epidemias: um levantamento bibliográfico. Instituto de Saúde Integra, Brasília, 2005.
Daruiche PSJ. HOMEOPATIA NAS EPIDEMIAS: Estudo de Caso com Base em Experiências Recentes. Universidade Federal de São Paulo, 2012.
TEIXEIRA, M.Z. Homeopathy: a preventive approach to medicine? IJHDR. 2009; 8(29): 155-172.
Associação Médica Homeopática Brasileira. Os bons resultados da homeopatia no tratamento das epidemias de dengue em Belo Horizonte. Disponível em: https://amhb.org.br/os-bons-resultados-da-homeopatia-no-tratamento-das-epidemias-de-dengue-em-belo-horizonte/
Associação Médica Homeopática Brasileira. Pandemia de COVID-19, estudos publicados pelas associações homeopáticas. Disponível em: https://amhb.org.br/pandemia-de-covid-19-estudos-publicados-pelas-associacoes-homeopaticas/
Associação Médica Homeopática Brasileira. Epidemiologia Clínica Homeopática nas epidemias. Disponível em: https://amhb.org.br/epidemiologia-clinica-homeopatica-nas-epidemias/
Homeopatia Brasil. Homeopatia é historicamente usada em doenças epidêmicas. Disponível em: https://homeopatiabrasil.com.br/homeopatia-para-epidemias/