Você já está ciente dos riscos do Covid-19 para crianças? Qual o nível de preocupação que você deveria ter?
Apesar de também contraírem a doença, existe uma menor incidência de casos de coronavírus em crianças. Além disso, os efeitos da doença costumam ser menos severos. Entretanto, ainda é fundamental acompanhar de perto quais são os riscos do Covid-19 para crianças para reduzi-los ao máximo.
Diversos dados e estudos buscam compreender melhor os riscos do Covid-19 para crianças, que podem desenvolver sintomas semelhantes aos de pacientes adultos. Afinal, são muitas as dúvidas que surgem entre os pais que querem proteger os seus filhos.
Quer entender melhor quais são os riscos do Covid-19 para crianças? Confira logo a seguir!
Entenda os riscos do Covid-19 para crianças
Incidência de COVID-19 em crianças
Em todo o mundo, menos casos de Covid-19 foram relatados em crianças (de 0 a 17 anos) em comparação com adultos. Entretanto, esse número tem aumentado ao longo dos últimos meses.
O número e a taxa de casos em crianças nos Estados Unidos têm aumentado constantemente desde março de 2020. Porém, a verdadeira incidência de SARS-CoV-2 em crianças não é conhecida devido à falta de testes generalizados e à priorização de testes para adultos e pessoas com doenças graves.
Infecções e transmissão entre crianças
Evidências recentes sugerem que, em comparação com adultos, as crianças provavelmente têm cargas virais semelhantes em sua nasofaringe, taxas de infecções secundárias semelhantes e podem espalhar o vírus para outras pessoas. [1]
Sintomas e gravidade de COVID-19 em crianças
A apresentação da doença é muito variável nas diferentes faixa-etárias. As manifestações graves são vistas mais em pacientes imunocomprometidos, de idade avançada, com comorbidades associadas (especialmente doenças crônicas pró-inflamatórias como obesidade, hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2). Muitos casos são assintomáticos em crianças e ocorre a presença da diminuição dos linfócitos na maioria dos casos. Esses fatores citados acima demonstram como a imunidade e um bom funcionamento do sistema imunológico tem um papel vital no adoecimento e gravidade por Covid-19.
Os vírus em geral podem destruir as células de duas formas. A primeira é por uma ação direta sobre a célula, chamado de efeito citotóxico e, a segunda, é através de uma resposta do sistema imunológico no sentido de atacar as células infectadas pelo vírus. O Coronavírus-19 não destrói as células diretamente, e a sua principal forma de destruição é através da destruição imuno-mediada. Esta resposta imunológica intensa ainda não está madura e plenamente desenvolvida nas crianças, e se acredita que é devido a isso que as crianças têm infecções assintomáticas na maioria dos casos.
Segundo os estudos, o vírus parece ter comportamento similar em crianças e adultos. Assim, o período de incubação do SARS-CoV-2 parece ser aproximadamente o mesmo para ambas as partes, variando de 2 a 14 dias e com uma média de 6 dias para o aparecimento dos primeiros sintomas. Além disso, os sintomas também são semelhantes, sendo que as ocorrências mais comuns sofridas pelas crianças contaminadas pelo vírus incluem:
- Febre
- Fadiga
- Dor de cabeça
- Mialgia
- Tosse
- Congestão nasal ou rinorréia
- Perda de sensibilidade no olfato ou paladar
- Dor de garganta
- Falta de ar ou dificuldade para respirar
- Dor abdominal
- Diarréia
- Náusea ou vômito
- Perda de apetite ou má alimentação
Da mesma forma, as crianças infectadas com o COVID-19 podem apresentar vários destes sintomas inespecíficos ao mesmo tempo, ter apenas alguns – como apenas sintomas respiratórios superiores ou apenas sintomas gastrointestinais – ou podem ser assintomáticas. No entanto, os estudos concordam que os sintomas mais comuns em crianças são a tosse e a febre. Uma publicação recente estimou que 16% das crianças com infecção por SARS-CoV-2 são assintomáticas, mas até o momento entende-se que até metade das infecções pediátricas podem ser assintomáticas. [2]
Gravidade da doença em crianças
Em contraste com outros vírus respiratórios, as crianças apresentam sintomas menos graves quando infectadas com o novo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2). Os dados de vigilância de hospitalização americanos mostram que a taxa de hospitalização entre crianças ainda é baixa quando comparada com a de adultos – mesmo com um aumento no número de hospitalizações infantis.
Fatores propostos para explicar a diferença na gravidade de COVID-19 em crianças e adultos incluem aqueles que colocam os adultos em maior risco e aqueles que protegem as crianças. [3]
Os principais fatores que colocam os adultos em maior risco são:
- Aumento relacionado à idade no dano endotelial e mudanças na função de coagulação;
- Maior densidade, afinidade aumentada e distribuição diferente dos receptores da enzima de conversão 2 da angiotensina e serina protease 2 transmembrana;
- Anticorpos de coronavírus pré-existentes (incluindo aumento dependente de anticorpos) e células T;
- Imunosenescência e inflamação, incluindo os efeitos da infecção crônica por citomegalovírus;
- Uma maior prevalência de comorbidades associadas a COVID-19 grave e
- Níveis mais baixos de vitamina D.
Já os fatores que podem proteger as crianças incluem:
- Diferenças na imunidade inata e adaptativa;
- Infecções recorrentes e concomitantes mais frequentes;
- Imunidade pré-existente aos coronavírus;
- Diferenças na microbiota;
- Níveis mais elevados de melatonina;
- Efeitos protetores fora do alvo das vacinas vivas
- Menor intensidade de exposição ao SARS-CoV-2.
Como proteger as crianças do Covid-19?
Para evitar os riscos do Covid-19 para crianças, as medidas a serem adotadas são as mesmas que para os adultos. Entretanto, é preciso ter cuidado especial para que as crianças entendam a importância dessas medidas e realmente sigam as orientações.
Para ajudá-lo na proteção das crianças, o CDC preparou algumas dicas – não apenas para evitar o contágio, mas também para evitar outras complicações que podem surgir pelo longo tempo de isolamento social dentro de casa:
Ensine e reforce as ações preventivas diárias
- Lavar as mãos. Lave as mãos com água e sabão por 20 segundos e incentive seu filho a fazer o mesmo. Se não houver água e sabão disponíveis, use um desinfetante para as mãos que contenha pelo menos 60% de álcool. Ensine seu filho a cobrir todas as superfícies das mãos e esfregar as mãos até ficarem secas.
- Usar uma máscara. Certifique-se de que todos em sua casa usem uma máscara (se 2 anos de idade ou mais) quando estiver em público e perto de pessoas que não moram em sua casa. Além disso, é importante garantir que seu filho use as máscaras de maneira correta e segura.
- Evite contato próximo. Certifique-se de que seu filho e todos em sua casa se mantenham a pelo menos 2 metros de distância de outras pessoas que não moram com vocês.
- Cubra tosses e espirros. Ao tossir ou espirrar, cubra a boca e o nariz com um lenço de papel, jogue-o na lata de lixo mais próxima e lave as mãos. Incentive seu filho e todos os membros da família a fazerem o mesmo.
Ajude seu filho a se manter ativo
A atividade física regular pode melhorar a saúde física e mental do seu filho. Para isso, você pode seguir essas dicas:
- Certifique-se de que seu filho permaneça ativo todos os dias, enquanto realiza ações preventivas diárias.
- Encontre maneiras de tornar a atividade física parte da vida de seu filho.
- Dê um exemplo positivo levando você mesmo um estilo de vida ativo e tornando a atividade física parte da rotina diária da sua família.
Ajude seu filho a se manter conectado socialmente
- Entre em contato com amigos e familiares por telefone ou chats de vídeo.
- Escreva cartões ou cartas para os membros da família que eles não podem visitar.
- Verifique se a escola do seu filho tem dicas e diretrizes para ajudar a apoiar as necessidades sociais e emocionais de seu filho.
Ajude as crianças a lidar com o estresse
A pandemia COVID-19 pode ser estressante para adultos e crianças. Por isso, é importante apoiar seu filho e ajudá-lo a cuidar de sua saúde mental.
Busque acompanhamento médico
Por fim, é sempre importante buscar um acompanhamento médico para minimizar os riscos do Covid-19 para crianças – tanto na prevenção quanto no tratamento dos jovens que contraiam a doença. Com uma abordagem de Medicina Integrativa, estou à disposição para ajudá-lo no que for necessário!
Você já conhecia os riscos do Covid-19 para crianças? Ficou com alguma dúvida sobre o assunto? Entre em contato comigo. Ficarei muito feliz em ajudá-lo!
Referências:
[1] Yonker LM, Neilan AM, Bartsch Y, et al. Pediatric Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 (SARS-CoV-2): Clinical Presentation, Infectivity, and Immune Responses. J Pediatr. 2020;227:45-52.e5. doi:10.1016/j.jpeds.2020.08.037
[2] Poline J, Gaschignard J, Leblanc C, et al. Systematic Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 Screening at Hospital Admission in Children: A French Prospective Multicenter Study. Clin Infect Dis. 2020;ciaa1044. doi:10.1093/cid/ciaa1044
[3] Zimmermann P, Curtis N. Why is COVID-19 less severe in children? A review of the proposed mechanisms underlying the age-related difference in severity of SARS-CoV-2 infections. Arch Dis Child. 2020 Dec 1:archdischild-2020-320338. doi: 10.1136/archdischild-2020-320338. Epub ahead of print. PMID: 33262177.
Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância – UNICEF. Coronavirus Disease (COVID-19) and Its Implications for Protecting Children Online. Disponível em: https://www.unicef.org/documents/covid-19-and-implications-protecting-children-online
Centers for Disease Control and Prevention – CDC. Keep Children Healthy during the COVID-19 Pandemic. Disponível em: https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/daily-life-coping/children.html