Você já ouviu falar sobre a medicina integrativa? Esse é um conceito que está se tornando rapidamente valorizado porque combina as melhores práticas da medicina convencional com uma série de terapias alternativas e complementares com eficácia comprovada para beneficiar o paciente.
A medicina integrativa dá uma grande ênfase na relação entre médico e paciente, com foco na saúde da pessoa como um todo. Ao adotar essa abordagem holística para cuidados de saúde e bem-estar, os médicos podem ajudar seus pacientes a alcançar a saúde e a cura de forma mais ampla e profunda.
Neste artigo vamos entender melhor a variedade de benefícios comprovados em adotar uma abordagem integrada à saúde e ao bem-estar. Descubra logo a seguir como funciona a medicina integrativa!
O que é a medicina integrativa?
O Consortium of Academic Health Centers for Integrative Medicine define medicina integrativa como “a prática da medicina que reafirma a importância da relação entre médico e paciente, foca na pessoa como um todo, é informada por evidências e faz uso de todas as abordagens terapêuticas adequadas, profissionais de saúde e disciplinas para alcançar a saúde e a cura ideais.”
Uma das mensagens principais é o fornecimento de múltiplas terapias aos pacientes, com uma combinação de diferentes tratamentos que funcionam juntos, com base nas circunstâncias únicas de um indivíduo. Embora as abordagens médicas ocidentais sejam fundamentais no tratamento de pacientes e sua importância não possa ser exagerada, a percepção recorrente entre muitos pacientes é que eles geralmente se concentram no tratamento dos sintomas, não na causa subjacente de uma doença.
Ao combinar as filosofias oriental e ocidental, podemos começar não apenas a tratar os pacientes de maneira mais eficaz, mas podemos começar a abordar as escolhas de estilo de vida e necessidades emocionais subjacentes que estão contribuindo para a prevalência de condições crônicas em toda a sociedade. Simplificando, não se trata apenas de tratar uma doença, mas também de prevenção e preservação da saúde, garantindo que, mesmo na ausência da doença, todos nós possamos nos sentir saudáveis, felizes e otimistas com nossas vidas o máximo que pudermos.
Os princípios da medicina integrativa
Enquanto a biomedicina investe para desenvolver a dimensão diagnóstica e aprofundar a explicação biológica, a medicina alternativa foca na dimensão da terapêutica, aprofundando-se nos problemas explicados pelas teorias do estilo de vida e ambiental.
Compreendendo a crescente de insatisfação da população com a exclusividade de tratamento no modelo biomédico ocidental, devido à relação assimétrica entre médico e paciente, falta de explicações por parte do profissional e abertura para participação do paciente quanto aos seus tratamentos, consciência da deficiência da medicina convencional em tratar certas doenças e a superespecialização nas diversas áreas da medicina, a OMS atentou para a necessidade de se criar um ambiente inclusivo no campo da saúde, baseado no conceito de pluralismo terapêutico.
É assim que surgiu a Medicina Integrativa, que busca valorizar os avanços da medicina convencional e, ao mesmo tempo, reconhecer a longa história de outras práticas de cuidado e cura – ampliando o potencial de saúde ao propor unir o que há de melhor em diferentes tradições e acolher o paciente em sua totalidade, incluindo corpo, mente, espírito e cultura. Portanto, a Medicina Integrativa funciona com base em diversos princípios:
- É essencial a parceria entre profissional e paciente, para que ambos trabalhem juntos no objetivo de cura
- As opiniões e decisões do paciente devem ser consideradas no tratamento
- A estratégia de tratamento é personalizada para as necessidades e modo de vida de cada paciente
- São considerados não apenas os aspectos biológicos do paciente, mas também as esferas psicológica, sociológica e espiritual
- O tratamento é dirigido para a pessoa como uma totalidade, e não para a doença em si; ele deve abordar a cura de todos os aspectos da enfermidade
- A abordagem é transcultural e multidisciplinar; o objetivo é usar todas as ferramentas disponíveis para promover a cura e o processo de autoconhecimento e desenvolvimento do paciente
- Quando necessário, o plano de saúde deve ter suas informações compartilhadas com profissionais de diferentes áreas, para que possam aplicar suas especialidades no tratamento de forma conjunta
- O paciente deve receber explicações e instruções a respeito do tratamento e de como administrar fatores estressantes
- As influências ambientais e sociais que podem interferir na enfermidade e na cura devem ser reconhecidas e abordadas no tratamento
- Deve-se priorizar o uso de tratamentos naturais sempre que possível, e manter uma abordagem aberta à investigação de novos paradigmas
Benefícios da Medicina Integrativa
A medicina integrativa pode gerar uma série de benefícios para os pacientes. A Academy of Integrative Health & Medicine (AIHM) destaca quais são os principais deles:
1. Tratamento de pessoas como um todo
Corpo, mente e espírito são explorados em cada encontro com o paciente. A medicina integrativa busca reconhecer a conexão entre as partes físicas, emocionais e espirituais de cada paciente. Para isso, é levado em consideração relacionamentos, influências sociais e fatores ambientais que afetam a vida cotidiana e a saúde geral dos pacientes.
2. Procura pela causa raiz da condição
Você já foi tratado sintomaticamente enquanto a causa raiz de sua doença permaneceu intocada? A medicina integrativa busca quebrar essa lógica, apoiando o paciente na investigação de todos os aspectos de sua vida que podem estar afetando negativamente sua saúde. Ou seja, é realizada uma busca pela origem do problema e criado um plano de tratamento que trate a causa raiz.
3. Economia em despesas de saúde em longo prazo
Ao ensinar práticas de autocuidado e bem-estar aos pacientes, a prática da medicina integrativa contribui para redução das consultas médicas, doenças, risco de doenças e complicações relacionadas a quaisquer problemas de saúde.
4. Combinação de conhecimentos
Em muitas situações, a medicina integrativa atua com equipes de cuidados colaborativos. Ou seja, os profissionais de saúde buscam complementar seus conhecimentos com outros médicos para que o paciente possa se beneficiar de múltiplas perspectivas, modalidades de cura e tenha várias opções de tratamento.
5. Opções além de remédios para controlar doenças
Os tratamentos convencionais hoje geralmente recomendam prescrever uma receita e mandar o paciente embora. Porém, sabemos que nem sempre essa é a melhor solução. Em vez de tratar o problema específico ou intervir quando necessário, a medicina integrativa busca otimizar a saúde e a qualidade de vida ao longo da vida do paciente.
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Referências
Barros, N. F.; Otani, M. A. P.; LIMA, P. T. Medicina alternativa, complementar e integrativa: problema, dilema e desafio para o campo da saúde. einstein: educação continuada em saúde. 2010; 8 (3 Pt 2).
Otani, M. A. P.; Barros, N. F. A Medicina Integrativa e a construção de um novo modelo na saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 16(3):1801-1811, 2011.
Kracik, M. L. A.; Pereira, P. M. B.; Iser, B. P. M. Medicina Integrativa: um parecer situacional a partir da percepção de médicos no Sul do Brasil. Saúde debate 43 (123) 09 Mar 2020Oct-Dec 2019. Doi: https://doi.org/10.1590/0103-1104201912309
Academy of Integrative Health & Medicine. Disponível em: https://aihm.org
Academic Consortium for Integrative Medicine and Health. Definition of Integrative Medicine and Health. Disponível em: https://imconsortium.org/about/introduction/