Você já ouviu falar sobre o papel regulador do zinco no sistema imunológico?
O zinco, um metal de transição considerado essencial para a vida humana desde os anos 60, quando se descobriu a deficiência de zinco, tem sido alvo de diversas pesquisas nas últimas décadas. E logo tornou-se claro o seu papel fundamental para o funcionamento do sistema imunológico.
Entretanto a deficiência de zinco hoje é considerada muito comum, especialmente em países desenvolvidos. Estima-se que em torno de 2 bilhões de pessoas no mundo sofram da deficiência de zinco e em torno de 30% da população idosa.
Além de desregulações no sistema imunológico a deficiência está associada a uma infinidade de doenças como anormalidades da pele, hipogonadismo, comprometimento cognitivo, retardo de crescimento e reações imunes desequilibradas que favorecem alergias e doenças autoimunes.
Neste artigo vamos compreender melhor o papel regulador do zinco no sistema imunológico. Acompanhe a seguir!
O zinco no sistema imunológico
O zinco está envolvido em diversas etapas de um bom funcionamento do sistema imunológico. Entre elas:
- As vias de sinalização intracelular. Ou seja, os processos que envolvem avisar o corpo da presença de um agente estranho e produzir uma resposta adequada para a proteção do organismo.
- Produção de citocinas (moléculas importantes no processo de defesa)
- A morte intracelular dos agentes infecciosos como vírus e bactérias.
- Maturação dos linfócitos T e B (importantes células de defesa do nosso sistema imunológico)
- Funções críticas dos neutrófilos, células responsáveis por eliminar os organismos invasores, como as bactérias.
Zinco e as infecções virais
Nos últimos 50 anos, acumulou-se uma abundância de evidências científicas para demonstrar a atividade antiviral do zinco contra uma variedade de vírus, e através de vários mecanismos.
O uso terapêutico de zinco para infecções virais, como o vírus herpes simplex e o resfriado comum já é bem estabelecido e inclusive utilizado na prática médica.
Na imagem acima pode-se observar os diversos estágios dos ciclos de multiplicação viral que são inibidos pelo zinco. Isso inclui a inativação do vírus livre (1), inibição do revestimento viral (2), transcrição do genoma viral (3) e tradução de proteínas virais e processamento de poliproteínas (4). As siglas em roxo se referem à diferentes famílias de vírus, sendo que SARS é a família do novo coronavírus (SARS-CoV-2).
Um estudo de meta-análise publicado na Cochrane Library em 1999 analisou 1300 participantes e constatou que os suplementos de zinco reduziram significativamente a gravidade dos sintomas do resfriado, bem como a duração da doença.
Entre as pessoas que tomam zinco dentro de 24 horas após o início dos sintomas, o risco de ainda ter sintomas na marca de 7 dias foi cerca de metade do risco daqueles que não tomavam zinco. Na prevenção de resfriados, os suplementos de zinco tomados por pelo menos 5 meses conferiam um risco de pegar um resfriado que era apenas dois terços em relação aos indivíduos do grupo controle.
Além disso o zinco também participa da epigenética da formação de células imunológicas. A epigenética envolve uma série de processos que ativam ou desativam genes relacionados à saúde e doença no DNA e RNA humanos.
Acima pode se observar a Influência do status do zinco na função imunológica geral. A homeostase adequada do zinco é essencial para o bom funcionamento do sistema imunológico. Por outro lado, a deficiência de zinco e o seu excesso levam ao mau funcionamento do sistema imunológico – resultando no desenvolvimento de inúmeras doenças imunológicas.
Além disso as propriedades antiinflamatórias e antioxidantes do zinco também já foram largamente estudadas. E, ainda, cada vez mais a ciência médica compreende o processo de instauração de várias doenças como o aumento de colesterol, a obesidade, as doenças cardiovasculares como o infarto, diabetes e também doenças psiquiátricas – como depressão e ansiedade – como processos estreitamente relacionadas à um estado de inflamação crônica e intoxicação ambiental.
E então, o que fazer?
Os benefícios da suplementação com o zinco no sistema imunológico são claros. Entretanto, o seu excesso também pode ser extremamente danoso à saúde!
Portanto busque um profissional habilitado para avaliar a sua situação de forma individualizada.
Cada momento na nossa vida é valioso. Não perca o tempo, agende já sua consulta, assim podemos caminhar juntos em direção à uma melhor saúde. Ser saudável é ser feliz!
Referências bibliográficas:
- Kirchhoff P et al. Zinc salts provide a novel, prolonged and rapid inhibition of gastric acid secretion. Am J Gastroenterol 2011 Jan; 106:62.
- Wessels I., Maywald M., Rink L. Zinc as a Gatekeeper of Immune Function. Nutrients. 2017; 9(12)1286. Published online 2017 Nov 25. doi: 10.3390/nu9121286
- Topham N.J., Hewitt E.W. Natural killer cell cytotoxicity: How do they pull the trigger? Immunology.2009;128:7–15. doi: 10.1111/j.1365-2567.2009.03123.x
- Read S. et al. The Role of Zinc in Antiviral Immunity. Adv Nutr 2019;10:696–710; doi: https://doi.org/10.1093/advances/nmz013.
- Zinc Ameliorates Cold Symptoms, Meta-Analysis Finds. New England Journal of Medicine – Journal Watch. 2011 Jan – disponível em: https://www.jwatch.org/fw201102170000001/2011/02/17/zinc-ameliorates-cold-symptoms-meta-analysis