O controle da ansiedade, stress e depressão vem se tornando um desafio cada vez mais comum entre a população. Para isso, são buscadas diversas opções de tratamentos e remédios. Mas uma ótima alternativa pode ser encontrada na natureza: a rhodiola rosea.
A rhodiola rosea é uma erva que cresce nas regiões frias e montanhosas da Europa e Ásia. Suas raízes são consideradas adaptógenas, o que significa que ajudam seu corpo a se adaptar ao estresse quando consumidas. Além disso, estudos demonstram que vários outros benefícios podem ser obtidos com o consumo desta planta – incluindo redução da fadiga, controle dos sintomas da depressão, melhoria da função cerebral, controle da ansiedade e melhoria no desempenho de exercícios.
Quer entender melhor quais são os benefícios da rhodiola rosea e como essa planta contribui para redução do stress? Confira logo a seguir.
Afinal, o que é o stress?
O stress é uma reação do organismo a ameaças ou pressões do ambiente, sejam elas físicas ou psicológicas. Apesar de ser uma resposta adaptativa que tem o intuito de proteger o organismo, aumentando as chances de sobrevivência em caso de ataque, a exposição do corpo a períodos prolongados de stress podem se tornar um problema para o seu bom funcionamento. Embora o corpo consiga se adaptar inicialmente para desempenhar suas funções mesmo sob stress, o organismo logo se torna disfuncional se o stress persiste em quantidade suficiente – o que leva ao aparecimento de diversas doenças e patologias, especialmente a ansiedade e a depressão.
Os fatores que induzem ao stress são muitos e variados. Podem ser aspectos externos, como pressão social, demandas excessivas e cargas de trabalho muito grandes, ou auto-movidos, como através da busca descomedida por perfeição e ambições muito altas. O fato é que estes fatores, combinados ao modo de vida acelerado e focado em produtividade que a sociedade moderna incentiva, estão levando a uma queda gradativa na saúde das pessoas. Diversos estudos demonstram que os níveis de stress da população estão em crescimento constante por todo o mundo, e com expectativa de que aumentem cada vez mais. Isto justifica a multiplicação dos casos de ansiedade e depressão que observamos cotidianamente.
Neste contexto, uma planta tem se destacado no meio científico por suas propriedades no combate ao stress, ansiedade e depressão, entre diversas outras patologias: a rhodiola rosea. Vamos ver a seguir como ela pode ajudar o seu corpo a evitar estes efeitos negativos e trabalhar em prol da sua saúde.
Como a rhodiola rosea contribui com a saúde?
A medicina herbal vem sendo utilizada por séculos para adaptar o corpo ao stress e combater seus efeitos cognitivos negativos, entre eles a depressão, ansiedade, fadiga e insônia. A rhodiola rosea é uma das plantas mais pesquisadas em estudos científicos e testes clínicos por ter diversos compostos ativos em sua composição que estimulam o cérebro e aumentam o nível de concentração de vários neurotransmissores, como a norepinefrina, serotonina, acetilcolina e dopamina, entre outros.
Figura 1. Eficácia do extrato de Rhodiola rosea (RRE) no tratamento dos sintomas de estresse. NAS: Escala Numérica Analógica – classificação de sintomas de 0 (de maneira nenhuma) a 10 (gravemente comprometido). (Stress management and the role of Rhodiola rosea: a review)
Também conhecida por raiz de ouro ou raiz dourada, esta planta medicinal tem seu efeito conhecido como “adaptogênico”, ou seja, que é capaz de “adaptar” o funcionamento do corpo, ajudando a aumentar a resistência física, reduzir os efeitos do estresse e, até mesmo, melhorar o funcionamento cerebral.
Benefícios da rhodiola rosea
Já foram identificados pelo menos 140 compostos no extrato de rhodiola rosea que têm potenciais propriedades medicinais a serem exploradas. Durante séculos de história, ela vem sendo utilizada por diferentes povos para tratar diversas enfermidades e distúrbios, sendo que várias de suas aplicações já têm eficácia comprovada e bem fundamentada na literatura médica:
1. Redução do stress
A rhodiola rosea já é usada há muito tempo como uma substância natural para aumentar a resistência do corpo ao estresse.
Um estudo investigou os efeitos do extrato de rhodiola em 101 pessoas com estresse relacionado à vida e ao trabalho. Os participantes receberam 400 mg por dia durante quatro semanas. Após apenas três dias de utilização da rhodiola rosea, constatou-se melhorias significativas nos sintomas de estresse – como fadiga, exaustão e ansiedade. E essas melhorias continuaram ao longo do estudo.
Além disso, também se demonstrou que a rhodiola rosea melhora os sintomas de burnout, que podem ocorrer com estresse crônico. Em um estudo com 118 pessoas com burnout relacionado ao estresse, a rhodiola rosea causou um efeito positivo na redução do estresse e depressão. Diversas medidas de resultado foram utilizadas e a maioria mostrou uma clara melhoria ao longo do tempo. Vários parâmetros já haviam melhorado após 1 semana de tratamento e continuaram a melhorar ainda mais até o final do estudo. A incidência de eventos adversos foi baixa, com 0,015 eventos por dia de observação, o que é muito pouco se comparado ao uso de antidepressivos como sertralina, fluoxetina, citalopram, entre outros.
2. Combate à fadiga e ansiedade
Estresse, ansiedade e sono inadequado são apenas alguns fatores que podem contribuir para a fadiga, o que pode causar sentimentos de cansaço físico e mental. Devido às suas propriedades adaptogênicas, a rhodiola rosea pode ter um efeito positivo no alívio da fadiga.
Um estudo feito com 60 pessoas com fadiga relacionada ao estresse analisou os efeitos da rhodiola rosea na qualidade de vida e sintomas de fadiga, depressão e atenção. Os participantes receberam 576 mg de rhodiola rosea ou uma pílula placebo diariamente. Após quatro semanas, foi descoberto que a rhodiola rosea teve um efeito positivo nos níveis de fadiga e atenção, em comparação com o placebo.
Em um estudo semelhante, 100 pessoas com sintomas de fadiga crônica receberam 400 mg de rodiola todos os dias durante oito semanas. Ao longo desse período, elas experimentaram melhorias significativas nos sintomas de estresse, fadiga, qualidade de vida, humor e concentração.
3. Controle dos sintomas da depressão
A depressão é uma doença comum, mas grave, que afeta muitas pessoas atualmente. Quando ela ocorre, substâncias químicas no cérebro chamadas neurotransmissores se desequilibram. Os profissionais de saúde geralmente prescrevem antidepressivos para ajudar a corrigir esses desequilíbrios químicos. Porém, a rhodiola rosea também pode atuar como uma substância com propriedades antidepressivas, equilibrando os neurotransmissores.
Em um estudo de seis semanas sobre a eficácia da rhodiola rosea nos sintomas de depressão, 89 pessoas com depressão leve ou moderada foram aleatoriamente designadas para receber 340 mg ou 680 mg de rodiola ou uma pílula placebo diariamente.
Ambos os grupos de rhodiola apresentaram melhorias significativas na depressão geral, insônia e estabilidade emocional, enquanto o grupo placebo não apresentou melhorias. Curiosamente, apenas o grupo que recebeu a dose maior apresentou melhorias na auto-estima.
Figura 2. Mecanismo hipotético de ação de Rhodiola no sistema de estresse na depressão. Durante períodos de estresse crônico os níveis de cortisol no organismo e a Rhodiola suprimem o cortisol elevado no estresse. (Rhodiola rosea L. as a putative botanical antidepressant)
Como tomar a rhodiola rosea?
A rhodiola rosea possui diversos efeitos benéficos para a saúde com eficácia comprovada no combate ao stress e seus desdobramentos no organismo. Além disso, suas propriedades imunológicas, antiinflamatórias e antitumorais também tem sido amplamente estudadas e utilizadas. Geralmente, a planta é consumida sob a forma de cápsulas. Porém, também é possível fazer a ingestão através de chá feito com a raiz da planta.
É sempre importante lembrar que o recomendado para tratar problemas como stress, ansiedade e depressão é consultar um profissional da saúde. Agende sua consulta e vamos caminhar juntos em direção à uma melhor saúde!
Referências
Ion-George Anghelescu, David Edwards, Erich Seifritz & Siegfried Kasper (2018): Stress management and the role of Rhodiola rosea: a review, International Journal of Psychiatry in Clinical Practice. DOI: 10.1080/13651501.2017.1417442
Concertoa, C. Infortunac, M. R. A. Muscatelloc, A. Brunoc, R. Zoccalic, E. Chusidb, E. Agugliad, F. Battagliaa (2018): Exploring the effect of adaptogenic Rhodiola Rosea extract on neuroplasticity in humans. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ctim.2018.09.013
Yonghong Li, Victor Pham, Michelle Bui, Liankun Song, Chunli Wu, Arman Walia, Edward Uchio, Feng Smith-Liu, and Xiaolin Zi (2018): Rhodiola rosea L.: an herb with anti-stress, anti-aging, and immunostimulating properties for cancer chemoprevention. DOI: 10.1007/s40495-017-0106-1
Jay D. Amsterdam, Alexander G. Panossian (2016): Rhodiola rosea L. as a putative botanical antidepressant. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.phymed.2016.02.009
Siegfried Kasper, Angelika Dienel (2017): Multicenter, open-label, exploratory clinical trial with Rhodiola rosea extract in patients suffering from burnout symptoms. DOI: 10.2147/NDT.S120113
D Edwards, A Heufelder, A Zimmermann (2012): Therapeutic effects and safety of Rhodiola rosea extract WS® 1375 in subjects with life-stress symptoms–results of an open-label study. DOI: 10.1002/ptr.3712
Erik M Olsson, Bo von Schéele, Alexander G Panossian (2008): A randomised, double-blind, placebo-controlled, parallel-group study of the standardised extract shr-5 of the roots of Rhodiola rosea in the treatment of subjects with stress-related fatigue. DOI: 10.1055/s-0028-1088346
Yevgeniya Lekomtseva, Irina Zhukova, Anna Wacker (2017): Rhodiola rosea in Subjects with Prolonged or Chronic Fatigue Symptoms: Results of an Open-Label Clinical Trial. DOI: 10.1159/000457918
V Darbinyan 1, G Aslanyan, E Amroyan, E Gabrielyan, C Malmström, A Panossian (2007): Clinical trial of Rhodiola rosea L. extract SHR-5 in the treatment of mild to moderate depression. DOI: 10.1080/08039480701643290
